A gente todo empacotado e os gaúchos de camisetinha
Dirigindo em terras estrangeiras
Preparando pra tatuar
Quando voltamos pra Brasília, algo
estranho aconteceu. Eu tentava não pensar muito no assunto, mas era
impossível. Numa noite de sábado, abri aquela caixinha, meu coração
estava acelerado. Fiz o que tinha que fazer e esperei os cinco
minutos. Pronto. As paredes do banheiro começaram a me espremer e me
sufocar, meu corpo estava derretendo, havia dois risquinhos
cor-de-rosa no meu teste de gravidez. Puta merda. Chorei, praguejei,
xinguei, chorei mais, pensei em várias coisas ruins, minha cabeça
doía.
No dia seguinte, fui no hospital pra ter certeza, ainda tinha
esperança que aquele teste de farmácia tivesse sido o mais sacana
do planeta com um falso positivo. Não. Eu estava gravidíssima. A
médica do plantão me deu os parabéns e eu desabei em lágrimas,
queria mandar ela pra puta que pariu, mas me segurei e apenas saí do
consultório com um peso gigantesco no peito.
Ficamos semanas digerindo a notícia e
pensando no que fazer, não contamos pra ninguém. Acho que eu nunca
chorei tanto na minha vida como eu chorei naqueles dias. Eram dias
longos, pesados, sombrios. Eu não sabia qual era a decisão certa,
não queria estar naquela situação, queria deitar no colo da minha
mãe e chorar, mas eu ainda nem tinha tido coragem de contar pra ela.
E eu só pensava e pensava e pensava, minha cabeça tinha uma
tonelada. Daí eu fui numa consulta. Minha primeira ecografia. Um
embrião de oito semanas, dois centímetros, coração batendo a todo
vapor. Lá fora, aquele sol escaldante de Brasília batendo na minha
cabeça... eu vou ter um(a) filho(a).
Pois é, passamos esses últimos meses
nos adaptando a essa novidade: teremos um(a) filho(a), fruto de mais de
quatro anos de amor e amizade. Contamos pros parentes e amigos mais
próximos, e então as coisas ficaram mais fáceis, aquele peso no
meu peito foi ficando mais leve, até que sumiu. O medo continua, mas
o amor está crescendo junto com a barriga. Estou lendo muito,
procurando me informar sobre parto, maternidade e etc. Decidi que
quero parir e vou fazer de tudo pra conseguir. Não quero cesárea
desnecessária, não quero médicos me dizendo o que fazer. E, desde
já, estou mandando ir à merda qualquer um que diga que eu tenho que
me livrar dos meus gatos.
Nos primeiros meses sofri muito com os
enjôos, até emagreci. Agora estou entrando no quarto mês e as
coisas estão melhorando, mas ainda sinto um cansaço fenomenal.
Parece que estou hibernando, só consigo comer e dormir. Dormir
MUITO. Sério, tem dias que fico agoniada, querendo fazer minhas
coisas, encontrar minhas amigas, mas não consigo ficar acordada.
Dizem que isso logo passa, daqui a pouco vou estar cheia de energia
novamente e coisa e tal. Bom, tô esperando pacientemente.
Aos poucos, vou me acostumando com
esse negócio de ser mãe, pensando na educação que vou dar pro meu
filho, nas responsabilidades enormes que vou ter daqui pra frente e
no amor imenso que quero construir ao redor dele. O medo vai
diminuindo, graças as minhas leituras assíduas aos blogs de outras
mamães. Acho que estou indo bem, acho que vou dar conta, acho que
vou ser uma boa mãe e que marido será um bom pai. Nós formamos uma
boa dupla, afinal. O amor, que é o essencial, a gente tem de sobra.
~ Hoje fizemos mais uma ecografia e
descobrimos: é uma menina! <3
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