quarta-feira, 31 de julho de 2013

Aos pouquinhos

Uau, faz um tempão que eu não venho aqui, tanta coisa aconteceu... No final de março viajamos para Pelotas para visitar as irmãs de marido. Foi bem legal, nunca tinha ido para aquelas bandas, tive que lidar com o sotaque, as gírias, o temperamento e o clima diferente. Nos divertimos muito indo na padaria e pedindo “cacetinho” (pão francês), comendo churrasco, passando frio e tatuando. Até demos um pulinho no Uruguai e fizemos a festa no free shop, hehe.

A gente todo empacotado e os gaúchos de camisetinha


Dirigindo em terras estrangeiras


Preparando pra tatuar


Quando voltamos pra Brasília, algo estranho aconteceu. Eu tentava não pensar muito no assunto, mas era impossível. Numa noite de sábado, abri aquela caixinha, meu coração estava acelerado. Fiz o que tinha que fazer e esperei os cinco minutos. Pronto. As paredes do banheiro começaram a me espremer e me sufocar, meu corpo estava derretendo, havia dois risquinhos cor-de-rosa no meu teste de gravidez. Puta merda. Chorei, praguejei, xinguei, chorei mais, pensei em várias coisas ruins, minha cabeça doía.

No dia seguinte, fui no hospital pra ter certeza, ainda tinha esperança que aquele teste de farmácia tivesse sido o mais sacana do planeta com um falso positivo. Não. Eu estava gravidíssima. A médica do plantão me deu os parabéns e eu desabei em lágrimas, queria mandar ela pra puta que pariu, mas me segurei e apenas saí do consultório com um peso gigantesco no peito.

Ficamos semanas digerindo a notícia e pensando no que fazer, não contamos pra ninguém. Acho que eu nunca chorei tanto na minha vida como eu chorei naqueles dias. Eram dias longos, pesados, sombrios. Eu não sabia qual era a decisão certa, não queria estar naquela situação, queria deitar no colo da minha mãe e chorar, mas eu ainda nem tinha tido coragem de contar pra ela. E eu só pensava e pensava e pensava, minha cabeça tinha uma tonelada. Daí eu fui numa consulta. Minha primeira ecografia. Um embrião de oito semanas, dois centímetros, coração batendo a todo vapor. Lá fora, aquele sol escaldante de Brasília batendo na minha cabeça... eu vou ter um(a) filho(a).

Pois é, passamos esses últimos meses nos adaptando a essa novidade: teremos um(a) filho(a), fruto de mais de quatro anos de amor e amizade. Contamos pros parentes e amigos mais próximos, e então as coisas ficaram mais fáceis, aquele peso no meu peito foi ficando mais leve, até que sumiu. O medo continua, mas o amor está crescendo junto com a barriga. Estou lendo muito, procurando me informar sobre parto, maternidade e etc. Decidi que quero parir e vou fazer de tudo pra conseguir. Não quero cesárea desnecessária, não quero médicos me dizendo o que fazer. E, desde já, estou mandando ir à merda qualquer um que diga que eu tenho que me livrar dos meus gatos.

Nos primeiros meses sofri muito com os enjôos, até emagreci. Agora estou entrando no quarto mês e as coisas estão melhorando, mas ainda sinto um cansaço fenomenal. Parece que estou hibernando, só consigo comer e dormir. Dormir MUITO. Sério, tem dias que fico agoniada, querendo fazer minhas coisas, encontrar minhas amigas, mas não consigo ficar acordada. Dizem que isso logo passa, daqui a pouco vou estar cheia de energia novamente e coisa e tal. Bom, tô esperando pacientemente.

Aos poucos, vou me acostumando com esse negócio de ser mãe, pensando na educação que vou dar pro meu filho, nas responsabilidades enormes que vou ter daqui pra frente e no amor imenso que quero construir ao redor dele. O medo vai diminuindo, graças as minhas leituras assíduas aos blogs de outras mamães. Acho que estou indo bem, acho que vou dar conta, acho que vou ser uma boa mãe e que marido será um bom pai. Nós formamos uma boa dupla, afinal. O amor, que é o essencial, a gente tem de sobra.




~ Hoje fizemos mais uma ecografia e descobrimos: é uma menina! <3

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